Julio Cesar Borges Baiz
Atualmente, muitos são os conflitos causados entre funcionários. Algumas empresas não possuem um treinamento adequado para administrar os vários tipos de conflitos e muitas vezes acabam optando pelo desligamento do funcionário.
Baseados nesta teoria, entrevistamos a Administradora de Recursos Humanos, Lúcia Renata dos Santos, sócia-diretora da RH Networking (especializada em solucionar problemas de gestão de pessoas. Site: www.rhnetworking. com.br. E-mail: contato@rhnetwor king.com.br).
Esta entrevista tem por base encontrar os vários tipos de conflitos e criar condições de resolvê-los.
Portanto, Fala Gerente!
BST: Em sua experiência quais são os principais motivos geradores de conflitos?
Lúcia: Acredito que vários fatores podem contribuir para gerar conflitos no ambiente de trabalho.
Abaixo destaco alguns itens que julgo mais comuns:
1. Erros de comunicação;
2. Falta de ética;
3. Inveja (picuinhas e “rádio peão”);
4. Inflexibilidade do funcionário;
5. Desinteresse do funcionário;
6. Mentiras que atrapalham a equipe;
7. Atrasos na entrega de trabalhos;
8. Arrogância e ganância;
9. Superior que indica pessoas sem a qualificação para o cargo e não pensa na equipe;
10. Desmotivação de ordem individual, mas que pode contaminar a equipe;
11. Rede de intrigas (panelinhas).
BST: Pode explicar como ocorrem cada um dos conflitos?
Lúcia: 1. Erros de comunicação: “A comunicação só é eficaz quando existe Feedback, ou seja, quando existe um retorno positivo do que foi solicitado!”
Exemplo: A chefia solicita a todos que entreguem o relatório mensal por equipes. O feedback seria a obrigação de todas as equipes em entregar seus relatórios no prazo determinado.
Quando falamos em comunicar algo, existem vários fatores que viabilizam esta ação:
- Quem fala (órgão Emissor);
- Quando a mensagem não é recebida em sua totalidade (filtro);
- Quando existe algo que atrapalha a mensagem ou seu entendimento (ruído);
- A quem a mensagem se destina (Receptor).
Portanto, quando falamos em “erros de comunicação”, estamos nos referindo a não comunicação de maneira direta e objetiva, ou seja, “eu domino o que deve ser feito ou dito, porém não passo as informações de forma correta. Isto não se aplica necessariamente ao indivíduo não querer. Às vezes o mesmo não tem a didática, ou seja, não sabe expressar as suas ideias.
2. Falta de ética: Hoje em dia nos deparamos com muitas situações críticas envolvendo os relacionamentos interpessoais. A falta de ética nos profissionais é uma delas. São ausências de informação, caráter, boicote, ganância, querer chegar a um lugar procurando humilhar ou destruir a carreira de outro colega e por aí vai. Parece exagero, mas isto é muito mais comum do que se possa imaginar dentro das organizações.
3. Inveja (picuinhas e “rádio peão”): “Quem nunca sentiu que atire a primeira pedra!”. É comum o sentimento de inveja dentro das empresas. Entretanto, existe o lado positivo e o negativo, como em toda situação, ou seja, se você tem uma inveja positiva, irá querer se espelhar na pessoa em questão, tornar-se melhor, buscar seu crescimento profissional com clareza de ideais e coerência. Já o lado negativo é aquele em que o colaborador quer exterminar o seu colega de trabalho que está sendo bem requisitado, com intrigas, fofocas e sabotagens. O invejoso também pulveriza seu veneno independente de ter aptidão ou competência para exercer cargos, para ele basta espalhar coisas negativas e criar a atmosfera ruim para o ambiente de trabalho.
4. Inflexibilidade do funcionário: É aquele funcionário que em nenhum momento quer colaborar, tudo é difícil e suas atitudes bastam, não aceita sugestões da equipe, não colabora com os demais colegas e nunca está disponível. Ele vai até o local de trabalho e simplesmente executa da forma que achar melhor. Existe também o funcionário “bate cartão”, é aquele que entra na empresa apenas para receber a quantia em dinheiro no final do mês e “finge” trabalhar, desmotiva a equipe com seu “corpo mole”, acumula trabalho, prejudicando toda a equipe e quando dá o horário de encerramento do seu turno é o primeiro a sair.
5. Desinteresse do funcionário: Algumas vezes o desinteresse vem associado ao fator pessoal, mas na maioria das vezes é puramente profissional. O funcionário tem algo que o desencoraja ou o deixa perturbado no ambiente de trabalho e não consegue expor seus sentimentos com seus superiores. Desta forma, simplesmente executa de maneira “pobre” seu trabalho e aguarda o salário no fim do mês.
6. Mentiras que atrapalham a equipe: As pessoas criam situações mentirosas em prol de si mesmas, para angariar cargos ou para humilhar outros colegas de trabalho, na intenção de sentir-se superiores.
7. Atrasos na entrega de trabalho: É o famoso boicote de dados. Visa prejudicar a equipe ou a própria empresa.
8. Arrogância e ganância: É o prepotente, é aquele funcionário que se acha muito melhor que seus colegas e quer sempre mais, cargos, salários, benefícios, folgas, independente de ter ou não direito.
9. Superior que indica pessoas sem a qualificação para o cargo e não pensa na equipe: Este profissional, sem saber, às vezes “cava a própria cova”, ou seja, confunde amizade com trabalho e este alguém que o conhece, por motivos diversos, pode tirar proveito desta suposta liberdade e intimidade.
10. Desmotivação de ordem individual, mas que pode contaminar a equipe: É aquele funcionário que cria uma expectativa com relação ao seu desempenho profissional e quando isto não ocorre sente-se desmotivado. Este ambiente negativo interfere diretamente no desempenho geral da equipe.
11. Rede de intrigas (panelinhas): Antigamente, acreditávamos que as panelinhas foram feitas para o preparo de alimentos, mas ao longo dos séculos as pessoas inovaram e deram outros fins às panelinhas. Lamentavelmente, para o lado negativo. É comum esta ferramenta ser utilizada dentro das empresas pelos funcionários. Cria-se a panelinha dos bajuladores e quem fica de fora é massacrado e limitado a tudo. Existem outros tipos de panelinhas, podemos citar a dos incompetentes, que não admitem a aproximação de alguém que pense diferente deles. Humor a parte, toda situação que envolve coletividade de maneira negativa é formação de panelinha e muito ruim para a empresa.
BST: Como o RH pode solucionar esses conflitos?
Lúcia: Das seguintes formas:
Quer saber mais, acesse o BST - Boletim de Soluções Trabalhistas, em www.diariodasleis.com.br
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