Julio Cesar Borges Baiz
Caminhando pela Rua
Cardoso de Almeida, em São Paulo, em um trajeto de 600 metros, notei
que vários imóveis possuem a placa “Vende-se”.
Estas placas me
chamaram a atenção e fiquei pensando: “Como tantos imóveis bons
e com ótima localização podem estar a venda?”
Pelo instinto
jornalístico e aguçado pela curiosidade tomei a liberdade de entrar
em um desses imóveis e indagar o corretor:
Boa Tarde!
- Boa Tarde!
Por gentileza, quanto
custa este imóvel?
- Custa R$
1.400.000,00!
Nossa, por que tão
caro?
- Está até barato! Há
8 meses estava R$ 1.850.000,00!
Mas, se o valor abaixou
mais de R$ 450.000,00, por que o Senhor não vendeu ainda?
- É a crise e o
proprietário! O preço dos imóveis tem caído e mesmo assim os
compradores querem pagar menos. Já o dono dessa casa não quer
baixar mais nenhum “centavo”! Por causa disso, ainda não vendi!
Quanto os compradores
têm oferecido?
- Ah, em média de R$
920.000,00 a R$ 1.000.000,00! Teve até um Senhor que disse que daria
R$ 800.000,00 de uma vez só! Mas, o dono não aceitou a oferta!
E o que o Senhor achou
do proprietário não aceitar?
- Achei que ele não
estava precisando do dinheiro. Você veja só, tenho outros imóveis
para negociar que eram até mais caros do que este aqui, e vendi com
quase 35% abaixo do valor porque os antigos donos estavam precisando
do dinheiro. Mas, este aqui, o dono não quer mexer no valor, na
verdade, ele nem quer ouvir falar em baixar o preço!
Tá certo! Obrigado!
- Por nada! Se Você
conhecer alguém interessado e quiser me indicar eu te pago uma
comissão!
Sério! De quanto?
- Ah, uns 2,5%. O que
Você acha?
Por mim tudo bem! Se
souber de alguém passo os seus contatos. Obrigado!
- Por nada! Até logo!
Até!
Nesta conversa com um corretor, tive a certeza de que o mercado imobiliário
está muito bom para o comprador!
Afinal, desde que o
mercado imobiliário se expandiu, não me recordo de ter visto o
comprador com tamanho poder de barganha nas mãos!
Vejo sim, o vendedor
reduzindo os preços dos imóveis e o comprador investindo naquilo
que é realmente vantajoso.
Ainda com o instinto
jornalístico, quando cheguei na redação do BDI, liguei para um
amigo, diretor em uma construtora, falei sobre a conversa com o
corretor e, para minha surpresa, ele disse:
- Julio, até o
primeiro trimestre deste ano era muito comum as construtoras não
oferecerem nenhum tipo de negociação, nos valores dos novos
empreendimentos. Hoje em dia, é do meu conhecimento que algumas
construtoras até realizam promoções!
Sério! Que tipo de
promoções?
- Tipo: “Pague a
vista e ganhe 5%, 10%, 15%, até 20% de desconto no valor!”. “Pague
a vista e mobiliamos um cômodo do seu apartamento!”. Essas coisas.
Somente com essas duas
conversas, pude formar a opinião de que o momento é realmente do
comprador.
Mas, veja só, se Você
é um comprador ou um investidor, analise muito bem e use o poder de
barganha que o mercado está lhe dando.
Afinal, economizar faz
bem para a saúde financeira de qualquer um!
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