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Julio Cesar Borges Baiz
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segunda-feira, 16 de junho de 2008

CANDEIA - Breve Biografia

Antônio Candeia Filho
(Rio de Janeiro, 17 de agosto de 1935 — Rio de Janeiro, 16 de novembro de 1978)

Foi um importante sambista, cantor e compositor brasileiro. Era de filho de sambista. Em seus aniversários, a festa era mesmo com feijoada, limão e muito partido alto. No Natal, a situação se repetia.
Seu pai, tipógrafo e flautista, foi, segundo alguns, o criador das Comissões de Frente das escolas de samba. Passava os domingos cantando com os amigos debaixo das amendoeiras do bairro de Oswaldo Cruz. Assim, nascido em casa de bamba, o garoto já freqüentava as rodas onde conheceria Zé com Fome, Luperce Miranda, Claudionor Cruz e outros. Com o tempo, aprendeu violão e cavaquinho, começou a jogar capoeira e a freqüentar terreiros de candomblé. Estava se forjando ali o líder que mais tarde seria um dos maiores defensores da cultura afro-brasileira.
Criou a Escola de Samba Quilombo, em meados da década de 1970. É até hoje um dos grandes nomes no panteão da Portela.
Candeia começou a fazer músicas ainda na adolescência. Seu pai tocava flauta e carregava o filho para rodas de samba e de choro em Oswaldo Cruz e Madureira.
Compôs em 1953 seu primeiro enredo, Seis Datas Magnas, com Altair Prego: foi quando a Portela realizou a façanha inédita de obter nota máxima em todos os quesitos do desfile (total 400 pontos).
No início dos anos 60, dirigiu o conjunto Mensageiros do Samba. Em 1961, entrou para a polícia. Tinha fama de truculento e suas atitudes começaram a causar ressentimentos entre seus antigos companheiros. Provavelmente, não imaginava que começava a se abrir caminho para a tragédia que mudaria sua vida. Diz-se que, ao esbofetear uma prostituta, ela rogou-lhe uma praga; na noite seguinte, ao sair atirando do carro num acidente de trânsito, levou um tiro na espinha que paralisou para sempre suas pernas.
Voltou a ter reconhecimento em 1995, quando Martinho da Vila gravou o disco Tá delícia, tá gostoso, no qual incluiu um pot-pourri chamado Em memória de Candeia, que tinha as faixas Dia de graça, Filosofia do samba, De qualquer maneira, Peixeiro grã-fino e Não tem vencedor.
Sua vida e sua obra se transformaram completamente. Em seus sambas, podemos assistir seu doloroso e sereno diálogo com a deficiência e com a morte pressentida: Pintura sem Arte, Peso dos Anos, Anjo Moreno e Eterna Paz são só alguns exemplos. Recolheu-se em sua casa; não recebia praticamente ninguém. Foi um custo para os amigos como Martinho da Vila e Bibi Ferreira trazerem-no de volta. "De qualquer maneira, meu amor, eu canto", diria ele depois num dos versos que marcaram seu reencontro com a vida.
No curto reinado que lhe restava, dono de uma personalidade rica e forte, Candeia foi líder carismático, afinado com as amarguras e aspirações de seu povo. Fiel à sua vocação de sambista, cantou sua luta em músicas como Dia de Graça e Minha Gente do Morro. Coerente com seus ideais, em dezembro de 1975 fundou a Escola de Samba Quilombo, que deveria carregar a bandeira do samba autêntico. O documento que delineava os objetivos de sua nova escola dizia: "Escola de Samba é povo na sua manifestação mais autêntica! Quando o samba se submete a influências externas, a escola de samba deixa de representar a cultura de nosso povo".
No mesmo ano de 75, Candeia compunha seu Testamento de Partideiro, onde dizia: "Quem rezar por mim que o faça sambando".
Em 1978, ano de sua morte, gravou Axé, um dos mais importantes discos da história do Samba. Ainda viu publicado seu livro escrito juntamente com Isnard: Escola de Samba, Árvore que Perdeu a Raiz.
Em 1997 foram relançados em CD três discos de Candeia: Samba da antiga, de 1970, Filosofia do samba, lançado originalmente em 1971, e Samba de roda, de 1974.
Viveu os seus últimos dez anos de vida numa cadeira de rodas, em decorrência de um tiro na coluna vertebral, depois de uma discussão no trânsito, no final da década de 1960. Policial Civil, Candeia se aposentou por invalidez após o acidente e pôde, então, se dedicar mais à música.

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